Direção do PS considera candidatura "uma deslealdade"
Estas posições foram assumidas pelo porta-voz do PS, João Ribeiro, e pelo secretário nacional para a Organização, Miguel Laranjeiro, à entrada para a reunião da Comissão Política dos socialistas.
"É uma deslealdade nunca vista. Costumávamos assistir a isto no PSD, mas no PS não havia registo histórico", afirmou João Assunção Ribeiro acerca de uma eventual candidatura de Costa.
O secretário nacional do PS Álvaro Beleza, por seu lado, defendeu que o "PS é um partido de fraternidade, mas parece que a fraternidade está um pouco esquecida". Disse ainda que o partido "vai à frente nas sondagens e o secretário geral é o líder mais popular".
O vice-presidente da bancada socialista José Junqueiro, que antes, no parlamento, havia recusado comentar o assunto, afirmou que uma eventual candidatura de António Costa "robustece e não enfraquece" António José Seguro.
No mesmo sentido, Miguel Laranjeiro, secretário nacional para a Organização, falou "em desrespeito" pelos militantes que estão envolvidos na preparação das eleições autárquicas e, também, "em deslealdade". "Trata-se de uma deslealdade em relação à direção do partido e em relação ao secretário-geral. Há milhares de militantes a darem o seu melhor e não mereciam isso", afirmou, numa nova crítica dirigida ao presidente da Câmara de Lisboa.
O deputado Mota Andrade realçou que o PS "deve estar empenhado em derrotar o atual governo".
António Costa, à chegada à sede do PS, no Largo do Rato, pelas 21h20, repetiu o que dissera à tarde. "Eu estarei logo na Comissão Política do PS para ouvir o que o secretário-geral do PS tem para nos dizer. Em função do que o secretário-geral disser eu direi o tiver para dizer".
Já o deputado Manuel Seabra, que foi chefe de gabinete de Costa na Câmara de Lisboa, afirmou que o "aparecimento de alternativas não enfraquece o PS, mas que, pelo contrário, vivifica o partido".
O deputado Renato Sampaio acabou, logo depois, por confirmar que Costa se candidata a líder do partido (VER TEXTO RELACIONADO). "O secretário geral do PS quer fazer uma clarificação e António Costa vai responder positivamente a essa clarificação".